Rejeição
alta dos principais nomes do PT, PSDB e PMDB para a corrida ao Planalto em 2018,
aponta eleitorado disposto a seguir o caminho da mudança
Por
Paulo Henrique Faria
O
Datafolha divulgou no último sábado (16) a sua mais nova pesquisa para a
próxima eleição presidencial. Os números pouco mudaram desta para a última apresentada pela CNT há um mês. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue em primeiro
com 22%, contra 17% de Marina Silva (Rede) e 14% de Aécio Neves (PSDB). Estes
são por enquanto os três primeiros. Entretanto, outros dados chamaram a
atenção, como a alta rejeição dos líderes petista e tucano, além do número
expressivo de indecisos. A pesquisa foi realizada entre os dias 14 e 15 de
julho e ouviu 2.792 pessoas.
Faltam
ainda dois anos para as próximas eleições de presidente do Brasil, porém,
o debate de quem pode assumir o mais alto posto da nação segue acalorado.
Existem os que querem a volta do ex-presidente Lula; outros que veem Marina
Silva como terceira via, ou aqueles que não abrem mão de apoiar algum candidato
do PSDB. Certo mesmo é que muita coisa pode mudar nos próximos meses e claro,
até o próximo pleito, em 2018. Ao analisar friamente todos os resultados da
pesquisa, notei que em um eventual segundo turno Lula perderia para Marina
Silva, José Serra e até Aécio Neves. Mas como isso é possível? Explico. A
rejeição do petista é disparada a maior, com incríveis 46%. Logo em seguida vem
o próprio Aécio Neves com 29% e o presidente interino Michel Temer (PMDB) como
o mesmo índice. Os três estão com o “filme bem queimado” pelo suposto
envolvimento em atos de corrupção, investigados pela “Operação Lava-Jato”.
Lula
e o partido que ajudou a criar está tão mal avaliado, que esta rejeição influi
negativamente no desempenho de bons nomes do Partido dos Trabalhadores, como é
o caso do bom prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. O ex-ministro da educação
é apenas o quarto colocado na corrida eleitoral que ocorre daqui três meses na
Capital Paulista. Lula é recusado pelos eleitores da direita, centro e até uma
parte considerável da esquerda. E a situação aponta para uma piora com o passar do tempo.
Com
este cenário que se desenha, quem parece se fortalecer são as reais opções para
terceira via. No caso, são os ex-ministros Marina Silva e Ciro Gomes (PDT).
Ambos já disputaram as eleições presidenciais em duas oportunidades. O que pesa, contudo, é o baixo grau de recusa para com seus respectivos nomes. Marina
tem 17% neste quesito, enquanto Ciro possui apenas 13% de desaprovação. Marina
figura com o mesmo número de sua rejeição e, Ciro com 6% das intenções de voto.
O pedetista segue em um empate técnico com o conservador Jair Bolsonaro (PSC).
Porém, a rejeição do deputado federal está em 19% e, com todos os últimos fatos
negativos envolvendo-o tende a crescer cada vez mais. Se Lula realmente ficar
impedido de se candidatar, seja por uma condenação judicial ou pela galopante
repulsa do eleitorado, a tendência é ele apoiar seu ex-ministro da integração,
Ciro Gomes.
Apesar
de algumas divergências políticas nos últimos anos, os dois são amigos pessoais
e sempre se apoiaram. Com seus 6%, mais os 22% - sempre fiéis - de Lula, Ciro
já chegaria automaticamente aos 28 pontos percentuais. Após a realização de
debates e a campanha a todo vapor pode ultrapassar sem maiores problemas os
30%. Chegando assim, em uma acirrada disputa de segundo turno contra Marina
Silva. Ambos precisam se atentar ainda aos 25% de indecisos e incrédulos. Nesta
pesquisa 18% alegaram votar em Branco ou Nulo e, outros 7% não souberam
responder. Talvez esteja aí a parcela que pode decidir a próxima disputa no
Planalto.
Dados completos da rejeição abaixo: