sexta-feira, 5 de abril de 2019

A ESQUERDA SE CANSOU DA HIPOCRISIA PETISTA




Por Paulo Henrique Faria 



Nos últimos dias assisti, estupefato, a episódios lamentáveis no Campo Progressista do Brasil. A neófita e bem intencionada deputada federal Tabata Amaral (PDT/SP) foi covardemente difamada nas redes sociais por influenciadores digitais declaradamente filiados/ligados ao Partido dos Trabalhadores. A virulência - ouso dizer - foi maior por parte da tropa petista do que dos próprios bolsonaristas. Ao que tudo indica, a prepotência desta ala lulopetista radical não admite que outras figuras fora desta hegemonia esquerdista tenha destaque.  

Tabata foi chamada de neoliberal e que, segundo eles, irá votar a favor da draconiana reforma da previdência de Paulo Guedes. A parlamentar paulistana, todos sabem, viralizou ao enquadrar homericamente o fraco e reacionário ministro da educação Ricardo Vélez Rodríguez, na Câmara Federal. Todavia, se esses petistas lunáticos a atacaram, o contragolpe daqueles que se cansaram da soberba vermelha foi ainda mais forte. Tabata foi defendida publicamente por políticos como Ciro Gomes, Flávio Dino, Randolfe Rodrigues e até por nomes do PSOL, como Marcelo Freixo.    

Mas afinal, por que os correligionários de Lula e Gleisi Hoffmann atacaram Tabata Amaral? O motivo é claro e, ao meu ver, patente: O PT mira na jovem figura, com intuito de acertar seu mentor político, que é Ciro Gomes. Não custa nada lembrar que nas eleições presidenciais de 2018, Ciro foi tratado como inimigo pela cúpula petista. O ex-ministro e ex-governador do Ceará sofre o que Leonel Brizola sofrera nos anos 80 e 90. Outro fator determinante para a ofensiva é que a sigla não tem sequer um nome feminino e de pouca idade tão preparado como Amaral. Não por acaso o PT tem a intenção de lançar a esposa de Fernando Haddad, a professora e ex-primeira dama de São Paulo, Ana Estela Haddad, para a prefeitura da Capital Paulista no ano que vem.     


Lacração funkeira   


Nessa semana, o episódio na política brasileira que obteve mais reverberação foi a piadinha sem graça do deputado Zeca Dirceu - filho do famoso José Dirceu - pra cima do ministro da economia Paulo Guedes. Zeca chamou Guedes de "tchutchuca", que retrucou com uma série de impropérios na CCJ da Câmara. O embate acabou encerrando a sabatina a cerca da reforma da previdência. Essa performance digna de circo acabou encobrindo ótimas e técnicas intervenções de outros parlamentares federais como o pessebista Alessandro Molon e o pedetista Pompeu de Mattos, membros da oposição consciente.  

A "piadinha" deu a entender que Guedes pega leve com seus pares banqueiros, mas é opressor contra os mais pobres. Se tal analogia viesse de um deputado do PDT, PSOL, PC do B e, até mesmo, do PSB seria compreensível. Entretanto, o partido do qual Zeca faz parte foi extremamente leniente com os bancos e grandes empreiteiras nos mais de 13 anos que esteve a frente do Governo Federal. Essa hipocrisia foi levantada por muita gente imediatamente depois. Sem contar que a analogia tinha um caráter machista e, como tal, foi duramente criticada por figuras femininas da esquerda como Manuela D'Ávila.  

É... ao que tudo indica a turminha petista no Congresso e/ou na internet está cada vez mais enfraquecida e menos preocupada com os reais problemas do país. Com essas atitudes duvidosas e imorais estão - rapidamente - ganhando a antipatia da população e de seus pares progressistas. A hipocrisia petista cansou sim ou com certeza?!