quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Datafolha aponta Ciro Gomes como herdeiro natural de Lula

Resultado do último levantamento presidencial mostra que o PT não emplacaria outro candidato do partido. Chances de um acerto com Ciro Gomes e o PDT crescem





  

Por Paulo Henrique Faria 


E saiu mais uma rodada de pesquisas presidenciais do Instituto Datafolha. Os resultados tiveram poucas modificações em relação à última, realizada há exatamente dois meses. No cenário com todos os principais concorrentes temos o ex-presidente Lula (PT) na dianteira com 34%. Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (REDE), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) praticamente mantiveram seus respectivos resultados. As novidades - indigestas - foram o também ex-presidente Fernando Collor (PTC) e o apresentador global Luciano Hulk (Sem Partido).  

Mesmo que Lula lidere e tenha - por incrível que pareça - aumentado suas intenções de votos nas disputas de segundo turno, contra todos os adversários, sua candidatura está cada dia mais improvável. Há uma semana o petista foi - injustamente - condenado em segunda instância pelo TRF-4, em Porto Alegre. Novamente afirmo que Lula não será preso, mas deverá ficar fora do pleito. Esse levantamento mostrou também, mais uma vez, que o PT não emplaca outro candidato de seus quadros. O ex-governador da Bahia e ex-ministro Jaques Wagner não passa de 2%. O ex-prefeito Fernando Haddad a mesma coisa. Esses índices, podem, nos próximos meses, levar o Partido dos Trabalhadores a apoiar o ex-governador cearense Ciro Gomes. Assim, a "chapa dos sonhos" formada entre Ciro Gomes presidente e Fernando Haddad vice ganha força.  

No cenário sem Lula, Ciro Gomes e Marina Silva são os maiores herdeiros. É verdade que os votos nulos, brancos e abstenções alcançam os incríveis 28%; porém é pouco provável que permaneçam assim, mesmo sem o líder petista. Mas será que o PT vai mesmo deixar parte expressiva de seu eleitorado ir para a desafeta Marina Silva? Certamente que não. Todavia, não basta somente atacá-la, como em 2014. É necessário intensificar o "Plano B", ou melhor, o "Plano C", de Ciro, que mesmo sendo crítico aos erros dos governos Lula e Dilma, sempre foi leal a ambos, sobretudo nos casos do Mensalão e no Impeachment/Golpe de 2016.   

O presidente nacional pedetista Carlos Lupi e o próprio Ciro Gomes almoçaram com parte da direção do PSB, em Pernambuco na semana passada. E já ensaiam uma futura coligação. Os resultados pífios do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa jogam a pá de cal em sua candidatura pelo partido de Miguel Arraes. Desta maneira, uma grande aliança progressista entre PDT, PSB, PC do B e PT pode vir a se realizar. As chances de vitória seriam altas. 

Não empolgam  


O ministro da fazenda Henrique Meirelles (PSD) e o presidente da Câmara de Deputados Rodrigo Maia (DEM) não engrenam. Em nenhum cenário ultrapassam 1% de votos. O mesmo vale para o candidato neoliberal João Amoêdo (NOVO). O governador paulista Geraldo Alckmin cresceu bem menos que o esperado. Isso fez com que o outsider Luciano Hulk crescesse e, de forma oportunista, aparecesse na pesquisa. A pergunta que me faço diante disto é: O quanto a Globo, o próprio Hulk e seus pares estão investindo nesse plano? Certamente é muito dinheiro! 

Rejeição    

 



 



















     
      Como é possível ver no quadro acima de rejeições, quase todos os pré-candidatos reduziram seus índices neste quesito. Exceto Lula, Huck e Collor. Ciro Gomes diminuiu em 1 ponto sua rejeição (Em novembro era de 22%) e segue sendo o menos rejeitado dentre os principais postulantes. Isso tem expressão na medida que o tempo vai avançado e, obviamente, as figuras que pleiteiam o Palácio do Planalto ficam mais conhecidas e/ou expostas na grande mídia. Aguardemos agora as vindouras pesquisas. 
  




quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

"Que país será o Brasil após a eventual invalidação da candidatura de Lula?"

Cientista Político Francisco Tavares alega que Lula deverá ser condenado em segunda instância e chama a atenção para possíveis desdobramentos das eleições presidenciais neste ano  





  
Por Paulo Henrique Faria  



Na tarde de ontem (23/01), conversei com o renomado cientista político mineiro, Francisco Tavares. Carinhosamente chamado como "Franck", por seus alunos da Universidade Federal de Goiás (UFG), o analista iniciou sua carreira como graduado em Direito e, em 2013, finalizou seu doutorado em Ciência Política na Universidade Federal de Minas Gerais. Radicado em Goiás há quase cinco anos, Tavares é atualmente professor titular da UFG, nos cursos de graduação em Ciências Sociais, Economia e mestrado em Ciência Política.  

     O bate-papo girou em torno da iminente condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; as chances de Ciro Gomes e demais presidenciáveis; similaridade desta eleição de 2018 com a de 1989; novos caminhos para a Esquerda no Brasil; e por fim, análise da disputa para o Governo do Estado. Confira a íntegra da entrevista no vídeo abaixo: