segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Os grandes jogadores que encerraram a carreira em 2019











Por Paulo Henrique Faria 



          Motivado pelo quadro “mata-mata” do ótimo programa futebolístico “De Placa” – veiculado no Esporte Interativo – da última sexta-feira (27/12), resolvi escrever esse texto. Lá eles realizaram uma disputa entre os principais nomes que penduraram as chuteiras nesse ano que, aliás, se encerra amanhã. Concordei com algumas escolhas e senti falta de outras grandiosas figuras.   

         Não estabelecerei aqui um ranking de ordem pessoal. Mas evidentemente que destacarei mais uns em detrimentos de outros. Entre os craques que pararam, minhas maiores deferências irão para o magistral meia espanhol Xavi Hernández (o melhor segundo volante que vi jogar); o super ponta holandês Arjen Robben, além do rápido e matador atacante camaronês Samuel Eto’o.        

         Xavi e Eto’o são grandes ídolos do Barcelona. Pilares incontestes dos times campeões da Champions League dos anos 2000. Xavi tem o plus de ter sido peça-chave no meio-campo da Seleção Espanhola que venceu, justamente, a Holanda de Robben na Copa do Mundo de 2010. Os dois ídolos culés já definiram seus rumos após a aposentadoria. O espanhol se tornou técnico e já dirigi o time catari que encerrou a carreira, o Al-Sadd. Me parece que ele quer trilhar caminho semelhante ao de Pepe Guardiola. Já Eto’o vai cursar Economia na prestigiada universidade Harvard, nos Estados Unidos.
           
          Dos três, quem poderia jogar um pouco mais em alto nível certamente é Robben. Ele encerrou com apenas 35 anos. Teve grande passagem pelo Chelsea; foi por muito tempo o craque do Bayern de Munique, dominante na Alemanha e também campeão continental. E claro, foi um dos principais nomes da Seleção Holandesa dos últimos anos. O craque ainda não definiu como será sua ocupação de agora em diante. Mas a tendência é se tornar um dirigente.
            
          Outros jogadores que terminaram suas brilhantes carreiras são os ótimos Wesley Sneijder, Robin Van Persie, Bastian Schweinsteiger, Petr Cech, David Villa, Fernando Torres, Diego Forlán, Andrea Barzagli e Darío Conca. Todos com grandes destaques em suas respectivas seleções e/ou grandes times pelos quais passaram. Vão certamente fazer muita falta ao futebol.  




Brasileiros que penduraram as chuteiras

          Além dos estrangeiros que colocaram um ponto final na vida de atleta profissional, temos também os brazucas. Um dos grandes zagueiros que tive o privilégio de acompanhar, Juan, foi um deles. O carioca começou e encerrou no Flamengo. Mas foi com a camisa do Brasil e de grandes times europeus como Bayer Leverkusen e Roma que mostrou toda sua capacidade. O bom zagueiro Edu Dracena (Guarani, Cruzeiro, Santos e Palmeiras) também entrou pra lista de ex-jogadores. Assim como o forte meia-atacante Julio Baptista (São Paulo, Sevilla, Real Madrid, Arsenal e Cruzeiro) e o eficiente atacante Jonas, ídolo do Santos, Portuguesa, Grêmio, Valencia e, principalmente, Benfica. Menção honrosa a Dagoberto que foi campeão brasileiro por Athletico Paranaense, São Paulo e Cruzeiro. Ele finalizou em setembro atuando pelo Londrina.

Ídolos na iminência de parar

          Pra além dos já mencionados boleiros que findaram suas extraordinárias trajetórias, temos os que estão bem próximo de seguir o mesmo caminho. Os nomes com maiores relevância nesse quesito são, com certeza, o grande centroavante sueco Zlatan Ibrahimovic (que até acertou sua volta ao Milan), o meia habilidoso francês Franck Ribéry (com contrato com a Fiorentina), o meia espanhol mais técnico de todos Andrés Iniesta (atualmente no Japão), vitorioso goleiro Iker Casillas (que tem um problema cardíaco) e aquele arqueiro que mais me impressionou até hoje, o ícone italiano Gianluigi Buffon. Os cinco fizeram história e farão muita falta para os gramados mundiais.

          Por isso, aproveitem cada instante dos jogos destes caras. Daqui alguns anos os dois maiores desta geração Lionel Messi e Cristiano Ronaldo igualmente vão parar. O que fica são os títulos, feitos individuais, gols e as grandes jogadas. Para o jogador, mas continua a pessoa e seu legado para as quatro linhas!


         
         
         


segunda-feira, 12 de agosto de 2019

KIRCHNER & FERNÁNDEZ DÃO LIÇÃO PARA PROGRESSISTAS BRASILEIROS




 Por Paulo Henrique Faria
  

          E a boa notícia na política mundial veio da Argentina. Lá a coalização de esquerda formada pela ex-presidenta Cristina Kirchner e o advogado Alberto Fernández venceram neste domingo (11/08) as eleições primárias. Com quase 100% das urnas apuradas, Fernández e Kirchner obtiveram 47,66% dos votos, contra os 32,08% do atual presidente Mauricio Macri.     

            É verdade que as eleições definitivas argentinas só ocorrerão em outubro, mas esse expressivo resultado é sintomático de como “los hermanos” estão fartos da péssima administração do neoliberal Macri. E segundo analistas políticos de nossos vizinhos é muito difícil reverter 15 pontos de vantagem em dois meses. 

            Foi uma cartada de mestra de Cristina Kirchner, que mesmo tendo – no início do ano – a maior intenção de voto nas pesquisas, abdicou da cabeça de chapa e aceitou ser vice de Alberto Fernández. E nunca é demais lembrar que o mesmo Fernández fez parte dos governos kirchneristas de 12 anos e, apesar disso, rompeu com os mesmos na fase final. Entretanto, ambos deixaram de lado as diferenças, que se mostraram pequenas, e se juntaram pelo bem da Nação.   

            Cristina teve a grandeza e humildade que faltou a Lula no ano passado. Todo mundo sabia que o petista não poderia ser candidato e que o único candidato da centro-esquerda com chances de vitória era Ciro Gomes. Porém, o ex-presidente – de forma egocêntrica – foi contra todos os prognósticos desfavoráveis e preferiu ungir o “poste” Fernando Haddad; o resto é história.    

            O grupo político kirchnerista tem uma rejeição quase tão maior que a do PT aqui no Brasil. Por isso mesmo Cristina deu praticamente um “xeque-mate” na Direita argentina quando foi para a vice-presidência. Esperemos agora que Lula e o Partido dos Trabalhadores se espelhem nos nossos vizinhos progressistas e abra caminho para uma união da Esquerda em 2022. Ciro Gomes (PDT) segue sendo o nome mais forte da oposição brasileira e pode ter os bons nomes de Flávio Dino (PCdoB) e o próprio Fernando Haddad (PT) como vice. A tendência de vitória é alta! 

Obviamente essa união só sairá se o “São Lula” cair em si e entender que os interesses do País são mais importantes que os de projeto de poder. Encerro minha digressão com uma emblemática frase do caudilho e ex-presidente argentino Juan Domingo Perón: “Na ação política, a escala de valores de todo peronista é a seguinte: primeiro a pátria, depois o movimento, e depois os homens”.  

sexta-feira, 5 de abril de 2019

A ESQUERDA SE CANSOU DA HIPOCRISIA PETISTA




Por Paulo Henrique Faria 



Nos últimos dias assisti, estupefato, a episódios lamentáveis no Campo Progressista do Brasil. A neófita e bem intencionada deputada federal Tabata Amaral (PDT/SP) foi covardemente difamada nas redes sociais por influenciadores digitais declaradamente filiados/ligados ao Partido dos Trabalhadores. A virulência - ouso dizer - foi maior por parte da tropa petista do que dos próprios bolsonaristas. Ao que tudo indica, a prepotência desta ala lulopetista radical não admite que outras figuras fora desta hegemonia esquerdista tenha destaque.  

Tabata foi chamada de neoliberal e que, segundo eles, irá votar a favor da draconiana reforma da previdência de Paulo Guedes. A parlamentar paulistana, todos sabem, viralizou ao enquadrar homericamente o fraco e reacionário ministro da educação Ricardo Vélez Rodríguez, na Câmara Federal. Todavia, se esses petistas lunáticos a atacaram, o contragolpe daqueles que se cansaram da soberba vermelha foi ainda mais forte. Tabata foi defendida publicamente por políticos como Ciro Gomes, Flávio Dino, Randolfe Rodrigues e até por nomes do PSOL, como Marcelo Freixo.    

Mas afinal, por que os correligionários de Lula e Gleisi Hoffmann atacaram Tabata Amaral? O motivo é claro e, ao meu ver, patente: O PT mira na jovem figura, com intuito de acertar seu mentor político, que é Ciro Gomes. Não custa nada lembrar que nas eleições presidenciais de 2018, Ciro foi tratado como inimigo pela cúpula petista. O ex-ministro e ex-governador do Ceará sofre o que Leonel Brizola sofrera nos anos 80 e 90. Outro fator determinante para a ofensiva é que a sigla não tem sequer um nome feminino e de pouca idade tão preparado como Amaral. Não por acaso o PT tem a intenção de lançar a esposa de Fernando Haddad, a professora e ex-primeira dama de São Paulo, Ana Estela Haddad, para a prefeitura da Capital Paulista no ano que vem.     


Lacração funkeira   


Nessa semana, o episódio na política brasileira que obteve mais reverberação foi a piadinha sem graça do deputado Zeca Dirceu - filho do famoso José Dirceu - pra cima do ministro da economia Paulo Guedes. Zeca chamou Guedes de "tchutchuca", que retrucou com uma série de impropérios na CCJ da Câmara. O embate acabou encerrando a sabatina a cerca da reforma da previdência. Essa performance digna de circo acabou encobrindo ótimas e técnicas intervenções de outros parlamentares federais como o pessebista Alessandro Molon e o pedetista Pompeu de Mattos, membros da oposição consciente.  

A "piadinha" deu a entender que Guedes pega leve com seus pares banqueiros, mas é opressor contra os mais pobres. Se tal analogia viesse de um deputado do PDT, PSOL, PC do B e, até mesmo, do PSB seria compreensível. Entretanto, o partido do qual Zeca faz parte foi extremamente leniente com os bancos e grandes empreiteiras nos mais de 13 anos que esteve a frente do Governo Federal. Essa hipocrisia foi levantada por muita gente imediatamente depois. Sem contar que a analogia tinha um caráter machista e, como tal, foi duramente criticada por figuras femininas da esquerda como Manuela D'Ávila.  

É... ao que tudo indica a turminha petista no Congresso e/ou na internet está cada vez mais enfraquecida e menos preocupada com os reais problemas do país. Com essas atitudes duvidosas e imorais estão - rapidamente - ganhando a antipatia da população e de seus pares progressistas. A hipocrisia petista cansou sim ou com certeza?!