Show
com quase três horas de duração fecha em grande estilo a turnê do lendário
grupo americano pelo Brasil
Por Paulo Henrique Faria
O
Guns n’ Roses fechou com chave de ouro, ontem, a passagem pelo Brasil, com um
grandioso show em Brasília. A turnê denominada “Not In This Lifetime” marca o
retorno de Slash e Duff à banda. Com um setlist extenso – para alegria de fãs
como eu – os americanos tocaram por quase três horas, para 30 mil espectadores
presentes no Estádio Mané Garrincha.
Mesmo
com as rápidas chuvas e, com uma longa espera de mais de quatro horas, valeu muito
a pena ter presenciado essa catarse de uma apresentação do Guns, neste último
domingo. O concerto estava previsto para começar às 20 horas, mas teve início,
apenas, uma hora depois com a agitada “It’s So Easy”. Mas o que é um mero
atraso para quem esperou 20 anos para ver Axl Rose, Slash e Duff McKagan tocarem
juntos novamente. O trio é a espinha dorsal que elevou o grupo ao Hall de
maiores da história do Rock.
Foram
executadas incríveis 27 músicas na noite de ontem. Destas, destaco os covers “The
Seeker” do The Who, “Wish You Were Here” do Pink Floyd (instrumental) e claro,
as consagradas e indispensáveis releituras de Paul McCartney e Bob Dylan, “Live
and Let Die” e “Knockin’ on the Heaven’s Door”. Como foi bom cantar em uníssono
– com a multidão ao meu redor – as clássicas “Patience”, “November Rain” (com
garoa e tudo), “Sweet Child o’ Mine”, “Civil War”, “You Could Be Mine”, “Welcome
to the Jungle” e “Paradise City”. Teve ainda as canções “lado b” que todo mundo
gosta, como “Estranged”, Outta Get Me”, “Used to Love Her”, “Yesterdays” e “Coma”.
Rolou também quatro do “Chinese Democracy”. Muito interessante ver Slash
solando e rearranjando músicas das quais não participou do processo de
composição como: “Sorry”, “This I Love”, “Chinese Democracy” e “Better”. Nas 2 horas
e 50 minutos de duração do espetáculo, revivi os bons momentos da adolescência.
Conheço e curto Guns desde os meus 12 anos de idade. Se me pedissem para
resumir em uma só frase o sentimento experienciado ontem, eu diria: “ O melhor
show da minha vida! ”.
Os
pontos positivos extras ficaram por conta do ótimo trabalho dos músicos
adicionais, Richard Fortus (guitarra), Dizzy Reed (tecladista dos caras desde
1990), Frank Ferrer (baterista) e a novata Melissa Reese (tecladista adicional
e backing vocal). Além disso, a estrutura técnica e física do palco está
impecável. Os telões de led com animações e sacadas interativas estão
excelentes. O som da banda continua coeso e pesado. Os pontos negativos eu
credito à organização. Deveriam ter colocado uma banda de abertura mais
representativa e, com estilo mais próximo do Hard Rock e Heavy Metal. Nada
contra o “Plebe Rude”, mas, acredito que nomes de maior expressão nacional se
encaixariam melhor nesta função. Será que isso não foi mais um caso do famoso “jabá”
na jogada??? Fica no ar a questão.
Entretanto,
a maior ressalva foi sem dúvida nenhuma nos altos valores dos ingressos. Pagar meia
e, mesmo assim desembolsar R$ 300 para ir nas cadeiras, R$ 350 para ir de pista
normal e R$ 540 pista premium, foi complicado. Tudo bem que o cachê dos caras
deve ser alto, porém, os preços salgados afastaram uma parte relevante do
público. Se fossem na faixa dos demais shows internacionais de Rock, certamente
ontem teria dado mais de 50 mil pessoas. Apesar das ressalvas, agora já aguardo,
ansioso, pelo próximo. Quem sabe com músicas novas, de um futuro disco novo. Por
causa de figuras icônicas como Axl, Slash e Duff que o Rock continua vivo e
forte. O verdadeiro Guns n’ Roses está de volta!
Setlist
It's So Easy
Mr. Brownstone
Chinese Democracy
Welcome to the Jungle
Double Talkin' Jive
Sorry
Better
Estranged
Live and Let Die
Rocket Queen
You Could be Mine
Attitude (intro de You can't put your arms around a memory)
This I Love
Used to Love Her
Civil War
Coma
Tema de Godfather (Speak Softly Love)
Outta Get Me
Wish You Were Here
November Rain
Yesterdays
Knockin' on the Heaven's Door
Nightrain
Bis
Patience
The Seeker
Paradise city