quinta-feira, 20 de julho de 2017

A passagem de Fernando Haddad por Goiânia

Ex-prefeito de São Paulo esteve na capital goiana por dois dias, onde realizou palestras e concedeu entrevistas   




Por Paulo Henrique Faria  


Fernando Haddad é um professor formado em Direito, mestre em Economia e doutor em Filosofia. Ingressou pra valer na política no ano de 2001, quando aceitou o convite da então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, para ser o Subsecretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico da cidade. Entretanto, foi só entre 2005 e 2012 que ganhou notoriedade nacional, quando comandou de forma elogiosa o Ministério da Educação dos governos Lula e Dilma. Haddad deixou a pasta para ser eleito prefeito da capital paulista. Na sua gestão fez vários quilômetros de ciclovias, revitalizou parques municipais, implantou melhorias no transporte e ensino público. Mesmo depois de um bom mandato, se viu – injustamente – derrotado nas eleições de 2016, para o marqueteiro e tucano empresário João Doria.  


Mas o petista não se abateu com o revés e, atualmente voltou a lecionar em universidades paulistanas. Nesta semana, Haddad desembarcou em Goiânia, para palestrar no 43º Encontro Nacional de Estudantes de Economia (ENECO), que este ano foi realizado na Universidade Federal de Goiás (UFG) e, contou ainda com as presenças do ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, além do vereador e ex-senador Eduardo Suplicy. A palestra magna ocorreu na última terça-feira (18/07) e levou um público superior a 400 pessoas, no Centro Cultural da UFG. No dia seguinte, o ex-prefeito concedeu algumas entrevistas exclusivas, dentre elas, uma para o blogueiro que vos escreve. Falamos sobre a condenação do ex-presidente Lula; possíveis chapas para 2018; ofensiva na Cracolândia; violência policial e reformas educacionais. Confiram abaixo a íntegra em vídeo da conversa:  


 



  


Haddad durante palestra na UFG: 





Entrevista na Rádio AM 730: 

 
Foto: Larissa Artiaga 
  


 Entrevista para a rádio Interativa FM:



terça-feira, 18 de julho de 2017

Ciro Gomes participou do ENECO 2017 em Goiânia

Pré-candidato ao Palácio do Planalto explicou o grave momento econômico que o País passa   

  
 Foto: Samuel Rodrigues


Por Paulo Henrique Faria 


O presidenciável pelo PDT Ciro Gomes esteve presente novamente em Goiânia nesta segunda-feira (17/07), para ministrar a palestra magna do 43º Encontro Nacional de Estudantes de Economia (ENECO), que ocorre até o próximo sábado na Universidade Federal de Goiás (UFG). Este ano a temática foi: “Que País será Esse? A Amplitude das Soluções para o Desenvolvimento Socioeconômico Brasileiro”. Ciro já foi ministro da fazenda no Governo de Itamar Franco (1992-1995) e possui ainda especialização em Economia na “Harvard School Law”. Antes da apresentação universitária, Ciro concedeu entrevistas exclusivas para o jornal “Diário da Manhã”, o televisivo “Programa Paulo Beringhs”, depois foi para a rádio Interativa FM e, na sequência uma participação na TV UFG. (Ao final do texto postarei vídeos e fotos de algumas delas). 

            O evento durou quase três horas e, contou com uma ávida plateia de 800 pessoas. Também estiveram presentes os companheiros de partido de Gomes, o deputado estadual goiano Karlos Cabral, o vereador goianiense Paulinho Graus, além de membros da Juventude Socialista Pedetista local. Ciro foi recebido com um caloroso grito de “Fora, Temer!” e, explicou nos 50 minutos iniciais sobre como a macroeconomia brasileira se deteriorou nos últimos anos. Tudo por meio de ações neoliberais ineficientes e plutocratas dos últimos governos federais. Mencionou que nos últimos 40 anos o Brasil cresceu apenas 1% ao ano, enquanto países asiáticos como China, Japão e a Coréia do Sul prosperaram em números mais favoráveis de lá para cá. “No finzinho do primeiro governo Dilma, a China ganhou a concorrência pra fornecer os uniformes do Exército Brasileiro. Vocês imaginem o vexame! Aí nós demos um jeito lá de ‘rasgar os papéis’, o Tribunal de Contas ‘fechou os olhos’ com medo do Exército. Porque era o último nível de degradação simbólica, o Brasil uniformizar nossas Forças Armadas com indústria têxtil chinesa”, revela Ciro. 
  
            Ciro Gomes também respondeu à várias perguntas dos estudantes no auditório da UFG. Destacou nas intervenções que a dívida pública brasileira já chegou ao alarmante dado de 48,2% do orçamento total da União. Na ocasião, também elogiou o nome da auditora fiscal Maria Lucia Fattorelli, a quem mencionou como “minha amiga” e, que encampa o movimento “Auditoria Cidadã da Dívida”, desde o ano de 2001. “Como em bases primárias, ou seja, o que o governo arrecada, mais o que o governo gasta vai dar quase R$ 150 bilhões de déficit, nós não temos um pedaço de reserva para abater, nem um outro vencido da dívida este ano; que serão mais ou menos R$ 482 bilhões em 2017. Então se somarmos esses valores, nos aproximamos de incríveis R$ 1 trilhão, em um giro de um ano”, explica o ex-ministro.  

            Nesta terça-feira as palestras com grandes figuras políticas nacionais continuam no ENECO, com a presença do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e, amanhã, dando prosseguimento o vereador paulistano Eduardo Suplicy (PT). Ambos possuem mestrados em Ciências Econômicas.   


Entrevista de Ciro Gomes ao site do jornal Diário da Manhã:  





 Entrevista de Ciro Gomes ao programa DQD da rádio Interativa FM:  

 


Confira mais fotos da passagem de Ciro Gomes aqui por Goiânia. Crédito do fotógrafo Samuel Rodrigues: 

 
 
                                                                         
 
 
 



quarta-feira, 12 de julho de 2017

Ciro Gomes ataca o ‘modus operandi’ neoliberal do PMDB

Ex-ministro da fazenda criticou nesta terça a aprovação da reforma trabalhista, na palestra proferida em Goiânia   





Por Paulo Henrique Faria
  

O presidenciável pelo PDT, Ciro Gomes ministrou palestra ontem (11/07) em Goiânia, no Congresso Estadual da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), em Goiás. Antes do evento ter início, ele concedeu uma coletiva de imprensa que durou 30 minutos. Já na tribuna, falou por duas horas sobre os principais desafios de se garantir a importância e, a existência dos sindicatos por todo o país. Revelou maneiras de se enfrentar a crise econômica brasileira e, a necessidade de combater as injustas reformas trabalhista e previdenciária, que estão na iminência de serem aprovadas. Segundo o pedetista, esta tática foi recorrentemente aplicada pelas gestões macroeconômicas neoliberais mundo afora. “Essa agenda de desmonte de sindicato, de desfinanciar sindicato, de quebrar o eixo do movimento dos trabalhadores, para aviltar salários e, transformar em commodities, ou seja, em mercadoria, isso é sistematizado pela Margaret Thatcher. Ali no princípio dos anos 80. E agora, essa turma está repetindo o velho ‘modelo thatcherista’ que já fracassou completamente na Inglaterra e no restante dos países”, explica Ciro Gomes. 

  
                   Ciro Gomes durante sua fala na palestra da CSB em Goiânia


          Compuseram ainda a mesa palestrante, o presidente nacional da CSB, Antonio Neto, os vereadores goianienses Paulinho Graus (PDT), Drª Cristina Lopes (PSDB), Kleybe Morais (PSDC), Gustavo Cruvinel (PV), além de líderes sindicais. O evento ocorreu no Alpha Park Hotel e terá programação até a próxima sexta-feira. Na segunda que vem (17/07), Ciro regressará à Goiânia para falar no 43º Encontro Nacional de Estudantes de Economia (ENECO), que nesta edição será realizado na Universidade Federal de Goiás e, terá além de Ciro, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) – na terça – e o vereador paulistano Eduardo Suplicy (PT) na quarta. Na semana que vem, o blogueiro que vos fala fará uma entrevista especial com o trio e trará detalhes da cobertura do congresso econômico.    



Confira no link abaixo a palestra realizada em Goiânia na íntegra: 
  https://www.youtube.com/watch?v=h9_9O2NA1BY

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Perca dinheiro agora, pergunte-me como!

Documentário “Betting on Zero” desmascara de maneira definitiva o esquema piramidal da Herbalife no mundo 



  

Por Paulo Henrique Faria 


O ótimo documentário “Betting on Zero”, que entrou no catálogo da Netflix em junho é um registro revelador. Dirigido por Ted Braun, ele explica as minúcias da canalhice econômica que a multinacional Herbalife realiza. A empresa norte-americana “especialista” em fabricação de produtos para suplementos nutricionais, vende uma ideia deturpada de emagrecimento e alimentação saudável. Entretanto, várias pessoas já passaram mal ao ingerir tais itens, ao ponto, de diversos nutricionistas de inúmeros países rechaçarem fortemente o uso de shakes, chás, sucos e barras de cereais da marca.    

            O filme destaca, sobretudo, o lado explorador financeiro da Herbalife, que se mostrou como o maior esquema de pirâmide de todos os tempos. A fraude lá nos Estados Unidos (EUA) teve como maiores vítimas: imigrantes latinos, que sonhavam em prosperar monetariamente no novo país, além de cidadãos estadunidenses de classe média baixa. Os representantes da empresa atraiam estas pessoas e prometiam lucros rápidos com as vendas. Assim, os explorados alugavam salas para estabelecer o seu “Clube de nutrição”. Eram ainda constantemente instigadas à comprarem uma quantidade excessiva de mercadorias, com o engodo de que quanto mais compravam, mais venderiam e, assim ganhariam pontos na hierarquia empresarial. Entretanto, a grande maioria dos vendedores não conseguiam comercializar metade dos produtos adquiridos e, tampouco tinham êxito em atrair novos parceiros para ajuda na revenda. Resultado? Os indivíduos contraiam dívidas que ultrapassavam a média de US$ 8 mil cada.  

Dois exemplos de vítimas que conheço bem de perto aqui no Brasil são minha mãe e tia. Ambas trabalharam por mais de dois anos como representantes da Herbalife aqui na minha cidade – Goiânia – e juntas tiveram o dissabor de obter mais de R$ 20 mil de ônus. Um ícone de luta contra as arbitrariedades impostas nesta situação toda é o da professora e ativista Julie Contreras. Filha de mexicanos, caiu no golpe e, quando se deu conta da trapaça resolveu encampar protestos e reuniões contra a Herbalife. Organizou uma representação jurídica e tudo, junto com seus parceiros da comunidade. Atualmente Julie é a maior crítica entre os ex-participantes da empresa e, exerce a interessante presidência da League of United Latin American Citizens (LULAC). Contreras também se tornou uma notável lutadora pelos direitos civis de migrantes sem documentação nos EUA.  

            Além de bombásticas entrevistas e, lutas judiciais encampadas pelas vítimas que foram enganadas pela Herbalife, o “Betting on Zero” apresenta como personagem principal o investidor e ativista milionário Bill Ackman, que em dezembro de 2012 realizou uma apresentação com mais de 300 slides para uma grande plateia, explicando como a empresa praticava condutas abusivas contra seus colaboradores e clientes. “Você tem milhões de pessoas de baixa renda em todo o mundo que investem na Herbalife as suas esperanças de se tornarem milionários e eles foram enganados”, revelou Ackman. Cidadãos de países desenvolvidos como Holanda e Coréia do Sul e, em desenvolvimento como Vietnã e Chile, entraram desavisadamente no esquema global. Naquela época, Ackman se juntou com um grupo de apostadores e resolveram “entrar de sola” contra a multinacional. Fizeram uma série de apostas nas bolsas de valores, que resultaram na queda das ações do alvo de US$ 42,50 para US$ 26 em poucas horas após a palestra. 
  
Entretanto, dois bilionários rivais de Ackman se inseriram na disputa; o primeiro foi Daniel Loeb, que em 9 de janeiro de 2013 comprou – de maneira oportunista – 8,9 milhões de ações da Herbalife, o que equivale a 8,24% da companhia. Isso fez com que as mesmas crescessem em dez pontos. Uma semana depois, foi a vez do também bilionário Carl Icahn alegar na mídia que também havia comprado partes da Herbalife. Ackman é um desafeto confesso de Icahn, pois ambos já se enfrentaram no banco do tribunal, com melhor sorte para o primeiro, que recebeu alguns milhões de indenização. Icahn se tornou um dos investidores mais temidos de Wall Street, mas, sua fama de arrogante e perseguidor, logo se alinhou ao do bufão amigo, o presidente americano Donald Trump. Por isso mesmo, Carl foi nomeado, no final do ano passado, como conselheiro especial para assuntos de regulação da Casa Branca. Que tríade de ricaços calhordas!

            Outro abastado cara de pau, que Ackman teve que combater de maneira efetiva, foi o até então CEO Michael O. Johnson, que anos atrás deixou a direção da Disney para assumir o posto de chefão da Herbalife. Johnson fez a firma crescer de maneira gigantesca nos últimos dez anos. Realizava várias conferências incentivadoras – que mais pareciam pregações evangélicas – e investiu pesado no marketing, contratando vários esportistas do calibre de David Beckham, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi para serem os garotos propagandas. Todavia, o “capitão” Michael abandonou o “navio” pouco depois da Comissão Federal de Comércio impor uma multa de US$ 200 milhões para a Herbalife. Apesar de todo o revés, a Herbalife continua a enganar pessoas desde a sua fundação em 1980.   

Bill Ackman alega que não desistirá enquanto as ações da rival chegarem a zero, tal qual o título da obra fílmica indica. Ackman prometeu que os milhões que conseguir nesta batalha serão doados para instituições de caridade, dentre as quais estão LULAC e família latina unida, na qual fez questão de visitar e ouvir seus indignados membros. Mais do que um exemplo de jornalismo investigativo, “Betting on Zero” nos mostra de maneira clara como esquemas de redes de distribuidores independente precisam ser extintos. Está mais do que evidente que apenas meia dúzia de diretores e presidentes das mesmas lucram. Tudo por meio de um repasse absurdo de dinheiro de quem está embaixo na cadeia empresarial para os “grandões” de cima. O capitalismo selvagem precisa ser combatido diariamente. Espero que a Herbalife venha a falência o quanto antes e, que estas práticas desleais sejam reduzidas até desaparecerem completamente algum dia. Pelo bem da humanidade e, para uma vida – de fato – melhor. Como diria os imigrantes latinos do filme: “Afuera herbalies!”.



Confira o trailer de Betting on Zero: