segunda-feira, 20 de março de 2017

Lula já pensa em Ciro e Haddad pra 2018

Líder petista pode ficar inviável para terceiro mandato e, assim apoiar seus dois ex-ministros para o Palácio do Planalto 


  


Por Paulo Henrique Faria


E parece que Luiz Inácio Lula da Silva já começa a pensar no “Plano B” para as eleições presidenciais. Com sua iminente condenação em primeira e segunda instância da Justiça Federal, Lula já admite apoiar Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT). Esta dupla progressista foi ventilada em Brasília na última semana, pelo jornalista Kennedy Alencar em seu blog. Aliás, Lula elogiou ontem fortemente Ciro por sua determinação e importância na empreitada da transposição do Rio São Francisco, em discurso proferido na inauguração informal das obras na Paraíba. O pedetista era o seu então ministro da integração nacional e, comprou briga com ativistas ambientais, defensores indígenas e até parte reacionária da política, para que a água chegasse até os moradores do sertão nordestino. O líder petista fez questão ainda de exaltar Haddad – presente na solenidade – como responsável pelas reformas decisivas na educação pública, como a criação de novas universidades e o Prouni. Haddad fez boa gestão na capital paulista e tem uma carreira acadêmica exemplar. Assim, o PT – que está altamente queimado – pode deixar a cabeça de chapa por hora e integrar uma coalização com PDT, PC do B, PPL, PT do B e outras siglas mais ao centro.

            Essa chapa é bem vista pela militância da centro-esquerda brasileira, sobretudo a do Partido Democrático Trabalhista. Ciro já é constantemente lembrado em pesquisas presidenciais e, varia entre 5% e 7% das intenções de voto. Para alguém que não tem tanta exposição na grande mídia e/ou não possui uma equipe de comunicação especializada agindo nas redes sociais, já é de se considerar os interessantes resultados. Outro fator relevante, que pesa positivamente ao seu favor, é que tem pouca rejeição do grande eleitorado. Ostenta uma oratória invejável, plano de governo muito bem estabelecido e firmezas em suas convicções e enfrentamentos. É possuidor de capital político, uma vez que fez 51 prefeitos pelo PDT no estado do Ceará, inclusive Roberto Cláudio na cidade de Fortaleza.   

Ciro Gomes já disputou a presidência em duas oportunidades. Ficou com 10,97% em 1998, o que lhe rendeu um honroso 3º lugar; E na eleição posterior chegou à 11,97%, terminando em 4º. Nos dois pleitos, Ciro venceu na sua base eleitoral. Com sua força em parte expressiva do Nordeste, Ciro pode facilmente herdar os 30% de votos de Lula. Pois representa um continuador do governo que busca diminuir a desigualdade social. Ao mesmo tempo que simboliza uma espécie de terceira via, que não está inserida nos tradicionais e desgastados PT, PSDB e PMDB. Ciro é um político com quase quarenta anos de vida pública e sem nenhum caso de corrupção. Pensamento nacionalista – sem ser enganador e fascista como uns por aí – e com resultados práticos já experienciados e bem-sucedidos. Sua figura é a que mais se assemelha ao do grande Leonel de Moura Brizola. Lembro-me que Ciro e Brizola, foram aliados há 15 anos inclusive. Não custa lembrar também, que em 1998, Brizola abriu mão de sua candidatura para ser vice de Lula. Ambos se uniram para combater o modelo neoliberal exacerbado de FHC. Situação parecida com a que se deve encarar na atualidade, com as atitudes corruptas e entreguistas de Temer & Cia. Espero que a dobradinha PDT e PT se repita para o bem da nossa combalida nação.    


Baile de máscaras  


Falando em Ciro Gomes, o presidenciável ganhou destaque nos últimos dias pelas fortes críticas que proferiu ao novo ídolo da direita brasileira, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). O pedetista disse já conhecer o tucano de longa data e, que se o tiver como oponente no ano que vem, fará questão de arrancar sua máscara de “bom moço” nos debates. É preciso rememorar que Doria fora diretor da Embratur no governo Sarney e, foi acusado à época de ter recebido indevidamente 6,5 milhões de cruzados. Doria, com seu discurso populista e marqueteiro, só engana aos incautos, que acreditam piamente que um empresário inescrupuloso milionário é a salvação da política nacional.   

Outro que começa a deixar cair a máscara é o caricato Jair Bolsonaro. Com o recente escândalo na Friboi JBS, veio à tona uma doação que o ex-militar havia recebido da empresa. Bolsonaro afirmou em 2015 que se tratava de um repasse do PP, partido que está envolvido até a alma nos esquemas da Lava Jato. Entretanto, o que não foi deixado claro é que a quantia de R$ 200 mil repassados pelo PP, foi exatamente a mesma que foi “devolvida” à JBS, um dia antes. Ou seja, a Friboi repassou uma grana, que Bolsonaro – de forma politiqueira e oportunista  – fez questão de mostrar aos seus tolos eleitores que havia recusado. Mas, um dia depois da devolução, me chega um depósito de igual valor dada pelo seu partido. Entenderam? Fizeram uma verdadeira “pedalada fiscal”. Assim como Doria, Bolsonaro só engana os alienados que não buscam fatos e profundidade no trato com a política. Ambos são ídolos daqueles que caem, facilmente, em discursos rasos e mentirosos, que nada contribuem para evolução do país. Pelo visto, Ciro Gomes exercerá duas funções primordiais no Brasil: Será um presidente nacional-desenvolvimentista e, o “desmascarador oficial” desta dupla direitista lamentável.
            

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