Líder petista pode ficar inviável para
terceiro mandato e, assim apoiar seus dois ex-ministros para o Palácio do
Planalto
Por
Paulo Henrique Faria
E
parece que Luiz Inácio Lula da Silva já começa a pensar no “Plano B” para as
eleições presidenciais. Com sua iminente condenação em primeira e segunda instância
da Justiça Federal, Lula já admite apoiar Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad
(PT). Esta dupla progressista foi ventilada em Brasília na última semana, pelo jornalista
Kennedy Alencar em seu blog. Aliás, Lula elogiou ontem fortemente Ciro por sua
determinação e importância na empreitada da transposição do Rio São Francisco,
em discurso proferido na inauguração informal das obras na Paraíba. O pedetista
era o seu então ministro da integração nacional e, comprou briga com ativistas
ambientais, defensores indígenas e até parte reacionária da política, para que
a água chegasse até os moradores do sertão nordestino. O líder petista fez
questão ainda de exaltar Haddad – presente na solenidade – como responsável
pelas reformas decisivas na educação pública, como a criação de novas
universidades e o Prouni. Haddad fez boa gestão na capital paulista e tem uma
carreira acadêmica exemplar. Assim, o PT – que está altamente queimado – pode
deixar a cabeça de chapa por hora e integrar uma coalização com PDT, PC do B,
PPL, PT do B e outras siglas mais ao centro.
Essa chapa é bem vista pela militância
da centro-esquerda brasileira, sobretudo a do Partido Democrático Trabalhista.
Ciro já é constantemente lembrado em pesquisas presidenciais e, varia entre 5%
e 7% das intenções de voto. Para alguém que não tem tanta exposição na grande
mídia e/ou não possui uma equipe de comunicação especializada agindo nas redes
sociais, já é de se considerar os interessantes resultados. Outro fator
relevante, que pesa positivamente ao seu favor, é que tem pouca rejeição do
grande eleitorado. Ostenta uma oratória invejável, plano de governo muito bem
estabelecido e firmezas em suas convicções e enfrentamentos. É possuidor de capital
político, uma vez que fez 51 prefeitos pelo PDT no estado do Ceará, inclusive
Roberto Cláudio na cidade de Fortaleza.
Ciro
Gomes já disputou a presidência em duas oportunidades. Ficou com 10,97% em
1998, o que lhe rendeu um honroso 3º lugar; E na eleição posterior chegou à
11,97%, terminando em 4º. Nos dois pleitos, Ciro venceu na sua base eleitoral.
Com sua força em parte expressiva do Nordeste, Ciro pode facilmente herdar os
30% de votos de Lula. Pois representa um continuador do governo que busca
diminuir a desigualdade social. Ao mesmo tempo que simboliza uma espécie de
terceira via, que não está inserida nos tradicionais e desgastados PT, PSDB e
PMDB. Ciro é um político com quase quarenta anos de vida pública e sem nenhum caso
de corrupção. Pensamento nacionalista – sem ser enganador e fascista como uns
por aí – e com resultados práticos já experienciados e bem-sucedidos. Sua
figura é a que mais se assemelha ao do grande Leonel de Moura Brizola.
Lembro-me que Ciro e Brizola, foram aliados há 15 anos inclusive. Não custa
lembrar também, que em 1998, Brizola abriu mão de sua candidatura para ser vice
de Lula. Ambos se uniram para combater o modelo neoliberal exacerbado de FHC. Situação
parecida com a que se deve encarar na atualidade, com as atitudes corruptas e
entreguistas de Temer & Cia. Espero que a dobradinha PDT e PT se repita
para o bem da nossa combalida nação.
Baile de máscaras
Falando
em Ciro Gomes, o presidenciável ganhou destaque nos últimos dias pelas fortes
críticas que proferiu ao novo ídolo da direita brasileira, o prefeito de São
Paulo, João Doria (PSDB). O pedetista disse já conhecer o tucano de longa data e,
que se o tiver como oponente no ano que vem, fará questão de arrancar sua
máscara de “bom moço” nos debates. É preciso rememorar que Doria fora diretor
da Embratur no governo Sarney e, foi acusado à época de ter recebido
indevidamente 6,5 milhões de cruzados. Doria, com seu discurso populista e
marqueteiro, só engana aos incautos, que acreditam piamente que um empresário
inescrupuloso milionário é a salvação da política nacional.
Outro
que começa a deixar cair a máscara é o caricato Jair Bolsonaro. Com o recente escândalo
na Friboi JBS, veio à tona uma doação que o ex-militar havia recebido da
empresa. Bolsonaro afirmou em 2015 que se tratava de um repasse do PP, partido que
está envolvido até a alma nos esquemas da Lava Jato. Entretanto, o que não foi
deixado claro é que a quantia de R$ 200 mil repassados pelo PP, foi exatamente
a mesma que foi “devolvida” à JBS, um dia antes. Ou seja, a Friboi repassou
uma grana, que Bolsonaro – de forma politiqueira e oportunista – fez questão de mostrar aos seus tolos
eleitores que havia recusado. Mas, um dia depois da devolução, me chega um
depósito de igual valor dada pelo seu partido. Entenderam? Fizeram uma
verdadeira “pedalada fiscal”. Assim como Doria, Bolsonaro só engana os
alienados que não buscam fatos e profundidade no trato com a política. Ambos
são ídolos daqueles que caem, facilmente, em discursos rasos e mentirosos, que nada contribuem para evolução do país. Pelo visto, Ciro Gomes exercerá duas
funções primordiais no Brasil: Será um presidente nacional-desenvolvimentista
e, o “desmascarador oficial” desta dupla direitista lamentável.
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